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Seis rolês urbanos no Brasil para fazer de bicicleta indicados por Renata Falzoni

Conheça as sugestões da jornalista que está à frente do Bike é Legal para viajar dentro da cidade

Renata Falzoni é arquiteta, jornalista, cicloativista há mais de 40 anos e está à frente do Canal Bike é Legal. Falzoni também é uma rolezeira de marca maior. Além de já ter pedalado por centenas de cidades no Brasil e ao redor do mundo, tem um olhar sensível, daqueles que enxerga a graça nos detalhes e sabe como poucas transformar um simples passeio daqui até ali em aula de história, urbanismo e viagem dentro da cidade. A pedido da Aliança, Renata sugere aqui seis rolês e conta porque cada um é tão legal.

São Paulo – Na Represa Guarapiranga

Pegar a margem oeste da ciclovia do Rio Pinheiros em direção a Represa Guarapiranga é, segundo Renata Falzoni, um rolê que qualquer pessoa que pedala na cidade deveria fazer. “É um passeio que reúne mais de 50 km de ciclovias, o que nenhuma outra cidade oferece. Além de ser plural, pois há a oportunidade de combinar o passeio de várias maneiras, como conhecer a margem leste e ainda voltar de trem”, diz ela, que só reclama da escada que serve de acesso à ciclovia a partir da Ponte Cidade Jardim, o ponto de partida deste rolê.

A sugestão da Falzoni é seguir pela ciclovia, observando a paisagem urbana daquele ponto de vista.

“Passar sob a Ponte Estaiada e, mais a frente, pedalar na Ponte Friedrich Bayer são dois grandes momentos”, diz ela.

Ao final da ciclovia, já no Largo do Socorro, a dica é atravessar a faixa de pedestres, pegar a ciclovia na Avenida de Pinedo e seguir por ela até chegar ao Parque da Barragem. “Sugiro entrar por um pequeno portão, atravessar o parque e pegar a ciclovia à direita”, indica. “A partir daí você vai pedalar por uma uma espécie de deck, passando por trás do Iate Clube e por vielas muito interessantes. Sem contar a própria paisagem da represa.”

A ciclovia vai dar na Avenida Atlântica e Falzoni sugere partir daí, atravessar a avenida e seguir pela ciclofaixa da Avenida Berta Waitman até o Autódromo de Interlagos, contorná-lo no sentido anti-horário e seguir por esta ciclovia até chegar na entrada leste do Rio Pinheiros.
“Voltar por esta margem é legal porque em frente ao Parque Global, é possível cruzar o rio por meio da ponte flutuante.” Também é possível voltar de trem, embarcando na estação Jurubatuba ou Santo Amaro.

Rio de Janeiro – Pedalar dentro do cartão postal

A sugestão de role pelo Rio de Janeiro é pedalar dentro de cartões postais, passando pelas mais belas e famosas paisagens urbanas. O passeio começa em frente ao Aeroporto Santos Dumont e Renata sugere virar à esquerda e parar alguns minutos para ver de perto os aviões pousando.

“É uma visão impressionante que eu recomendo muito. Quando eu era moleca aqui em São Paulo, um dos programas de domingo da família era ver pousos e decolagens no Aeroporto de Congonhas. Para mim é uma memória de infância”, lembra ela.

Depois, é pegar a ciclovia em direção a Copacabana. Falzoni recomenda uma parada na pista de skate no Flamengo para ver as manobras e também observar os cariocas se exercitando na academia ao ar livre.

Como ciclista adora aumentar o caminho, a dica é entrar na Urca e pedalar sem pressa até a Praia Vermelha. “Nessa região está a Fortaleza de São João, que eu recomendo a visita”, sugere.

De volta a ciclovia, seguir em direção a Copacabana e, no túnel, mais uma dica: “ali é abaixar a cabeça e passar bem rápido!”. No Leme, segundo Falzoni, vale encompridar o caminho mais uma vez e ir até a ponta, voltar e seguir até o final do Leblon.

“Infelizmente o passeio acaba aqui porque a ciclovia Tim Maia, com certeza a mais bela do mundo, não existe mais. Tive a sorte de pedalar duas vezes por ela e nunca mais esqueci.”

Niterói ou Paquetá, eis a questão!

“Só colocar a bicicleta na barca já vale o rolê. Mas partindo do Rio, há duas possibilidades muito legais: Niterói ou Paquetá”, diz Renata. Se a opção for a ilha de Paquetá, não há segredo, segundo ela. É descer da barca e explorar com calma cada canto deste local, onde não há carros.

Se a opção for Niterói, a dica é sair da barca, pegar à direita e seguir pela orla até a praia de Charitas, passando pelo campus da Universidade Federal Fluminense, Museu de Arte Contemporânea, Mirante da estrada Leopoldo Fróes.

“Importante é sempre ir pela orla, mesmo quando não há ciclovia. Nesses locais, dá para pedalar com segurança nas calçadas”, diz ela.

Falzoni indica contornar a Lagoa de Piratininga e seguir em direção a praia do mesmo nome. “Além de toda a paisagem, o legal desse rolê é chegar nas praias de alto mar.”

Manaus – Poesia da Engenharia

Na capital do Amazonas, Falzoni sugere um passeio cujo destaque é pedalar na Ponte Jornalista Phelippe Daou, sobre o Rio Negro. “Só a bicicleta permite observar a beleza daquele local. De carro, ninguém consegue enxergar nada e, à pé, é uma distância muito longa para se percorrer”, diz ela.

A sugestão é partir do Teatro Amazonas, passar pelo Mercado Municipal, pelo centro antigo, pela Catedral e seguir em direção a Orla do Rio até chegar à ponte.

“Pedalar por ela é algo grandioso. Lá de cima a gente vê o Rio Negro, vê a cidade e entende a grandiosidade desta ponte”, diz Renata. “Na engenharia as pontes são chamadas de poesia e quando a gente está lá em cima entende exatamente esse conceito. Dá para ver de perto a estrutura metálica e o quanto é alto o vão central.”

Renata conta uma curiosidade sobre esta ponte que, ao ser inaugurada, em outubro de 2011, havia uma placa permitindo pedestres e proibindo as bicicletas.

“Os ciclistas simplesmente ignoraram a ordem e hoje está liberado para pedalar.”

Salvador – Rolê musical

A proposta da Falzoni para a capital baiana é um rolê entre os Faróis da Barra e Itapuã. E, de preferência, que seja feito à tarde. Mas antes de subir na bicicleta, ela sugere ouvir algumas músicas de Vinicius de Moraes, Caetano Veloso e Novos Baianos para seguir cantarolando pelo caminho.

“Um exercício divertido é recompor a paisagem a partir das imagens que essas músicas sedimentaram em nosso imaginário”, diz ela.

A playlist sugerida é:
Tarde em Itapuã – Vinicius de Moraes
Farol da Barra – Novos Baianos
Itapuã – Caetano Veloso

Com as letras e melodias na cabeça é seguir pela orla pedalando com calma.

“Em Itapuã, sugiro uma visita a Casa Di Vina, onde morou Vinicius de Moraes e hoje, além de hotel e restaurante, funciona um pequeno museu com objetos que pertenceram ao poeta.”

Bem perto deste local, lembra Renata, está a Lagoa do Abaeté, que também vale a visita.

Curitiba – Trem e bici

Na capital paranaense, Renata sugere um passeio para fora da cidade: descer a Estrada da Graciosa até Morretes e voltar para Curitiba de trem. “Além da paisagem incrível da Serra, a volta de trem adiciona mais um elemento divertido ao rolê.”

O roteiro pede apenas um pouco de planejamento em relação ao horário da saída e também comprar com antecedência a passagem de volta. É preciso chegar no local antes das 15 horas, horário de partida do trem. O rolê todo tem cerca de 80 km de pedal.

O melhor caminho é cruzar Quatro Barras, uma cidade conturbada com Curitiba, pegar a estrada de Dom Pedro e aí chegar no trecho mais conhecido da Graciosa.

“Se tiver tempo, sugiro esticar o rolê e seguir estrada para conhecer o litoral paranaense.”

FONTE: ALIANÇA BIKE

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