Os dados divulgados em janeiro (7) pelo IBGE são do módulo inédito Furtos e Roubos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. De acordo com o estudo, somente em 2021 foram registradas 443 mil ocorrências de furtos ou roubos de bicicleta no país.
A PNAD, que também traz os números de roubos e furtos de outros veículos como carros e motos, destacou que o Sudeste foi a região com maior participação percentual no total de furtos em todos os tipos. A analista do IBGE Alessandra Scalioni ressalta que os números da PNAD Contínua podem superar os registros oficiais, pois nem todas as pessoas que são furtadas buscam a polícia. “Ter muito mais furtos de domicílio e fora do domicílio do que furtos de veículos pode não condizer com as estatísticas de registro porque as pessoas podem ter percebido a falta dos bens, mas não procuraram uma delegacia para registrar”, explica.
No caso das bikes, considerando o último furto ocorrido nos 12 meses anteriores à entrevista, o principal local de ocorrência dos crimes foi o domicílio (66,3%), seguido pelas vias públicas (21,9%). Considerando apenas os roubos de bicicletas (com abordagem), a realidade muda consideravelmente: 70,2% desses crimes ocorreram nas vias públicas.
Comparada aos outros veículos, a busca pela polícia, nos casos envolvendo furto de bicicletas, foi a menor registrada: em apenas 28,5% dos crimes as vítimas procuraram as autoridades policiais.
Entre os tipos de polícia, a Militar foi a mais procurada nos furtos investigados (62,9%) e domicílio (64,4%). Os percentuais da procura pela Polícia Civil são menores: bicicleta (38,0%) e domicílio (43,4%). Nos furtos de bicicleta, 8,6% buscaram outra polícia ou a guarda municipal. É possível buscar mais de um tipo de polícia para um mesmo furto.
A taxa de procura pela polícia ou guarda municipal para roubos de bicicleta é de 52,4%. De acordo com a pesquisa, em geral há mais procura pela polícia em caso de roubo quando comparado aos furtos por causa do contexto de violência envolvido nesse tipo de crime.
A pesquisa também procurou entender o motivo de a vítima não ter buscado pela polícia. Entre os motivos mais citados estavam a “falta de provas” (24,1%), “não acreditava na polícia” (23,6%), e “não era importante” (22,0%). O “medo de represália” foi citado em 6,7% dos casos.
A maioria das vítimas que buscaram a polícia ou a guarda municipal registraram o furto, havendo 84,7% de registros.
Por conta disso, os números da PNAD Contínua podem superar os registros oficiais, pois a maioria das vítimas de furtos, como apontado na pesquisa, não chegam sequer a registrar o boletim de ocorrência.
Fonte: IBGE/PNAD
Uma resposta
Não é fácil ter uma bike roubada já passei por essa situação.